Monday 15 December 2014

As águas florais de Evoramonte


ÁGUAS FLORAIS (Hidrolatos)
Água Floral (ou hidrolato) faz parte da condensação do vapor resultante da destilação de plantas aromáticas. A outra parte é o tão conhecido óleo essencial, que por motivo das diferentes densidades, flutua à superfície da água floral e pode ser assim separado por decantação. Diz-se que já os egípcios destilavam, mas a 1ª referência certa é a Dioscórides, no século I, e Galeno já usava no seculo II, água (floral) de rosas na composição do seu cerato, que vai dar origem ao tão famoso COLD CREAM e que é a base dos cremes da Banha da Cobra. As águas florais mais conhecidas são precisamente a de Rosas e a de Flor de Laranjeira.
Ao contrário das grandes destilarias, nós destilamos com o objectivo de produzir a Água Floral e usamos criteriosamente o óleo essencial na aromatização dos cremes.
A Água Floral contem cerca de 0,2 g/l de óleo essencial disperso na forma ionizada, não decantável, assim como substâncias solúveis em água, e que não estão presentes no óleo essencial. Os componentes químicos da Água Floral são essencialmente ácidos hidrofilicos (amantes da água). Funcionam acidificando a água ou o produto o que é benéfico para a pele ou o corpo, tornando-se óptimos anti-inflamatórios, anti-sépticos suaves e adstringentes.

Alfazema: o mais abrangente dos hidrolatos, aconselhável para todas as peles, podendo não ser tão eficaz nas peles mais maduras.
Alecrim: Peles oleosas/mistas. Activador celular, bom em máscaras e tónico de limpeza.
Gerânio (Pelargonium graveolens): incluímos o nome latim pois também é conhecido por Malva Rosa ou mesmo nalguns lugares, quantos a nós erradamente, por Sardinheira. Esta variedade do pelargonium tem um cheiro acentuado a lembrar a rosa. É aconselhado para todos os tipos de pele, principalmente as mais sensíveis/reativas. É um interessante anti-depressivo sem contra-indicações pelo que se pode aspergir abundantemente no ambiente, na almofada ou num lenço para ir cheirando. Há quem diga que é erótico.
Esteva: Peles maduras
Murta: (Myrtus communis L)
Chamam-lhe Água de Anjo Existem inúmeras histórias e lendas associadas à murta, muito mencionada na mitologia grega onde era dedicada às deusas Vénus e Afrodite. Glorificada pelos poetas da antiguidade clássica, coroavam os heróis com murta e também as esposas, como símbolo do amor feliz.
No Antigo Testamento, as noivas usavam também grinaldas de murta. A madeira dos seus caules era queimada como incenso.
Nós sentimos que tonifica a pele dando-lhe firmeza. Não é por acaso que se usa a murta no tempero das azeitonas, para não as deixar moles.
Hoje em dia, identificaram-se as suas propriedades adstringentes e anti-sépticas. Diz a literatura que externamente se utiliza para tratar problemas de pele como psoríase, acne, infecções das gengivas ou hemorróidas. 
Até se diz, que os componentes activos da murta (taninos, óleos essenciais e resinas) são rapidamente absorvidos, dando à urina odor a violeta!!!!

Salva: Bom desmaquilhante, útil em peles maduras, diluído em água na proporção de 25% para bocejos contra dores de garganta e problemas de gengivas, no cabelo usa-se depois da lavagem dando-lhe elasticidade e brilho, fixa os aromas, e cheirada ajuda no equilíbrio de hormonas sobretudo na menopausa. Na roupa e gavetas ajuda a combater a traça. 


Utilizações
Usamos as águas florais puras para limpeza do rosto. Alternamos por vezes entre uma e outra, pois nenhuma pele se mantém constantemente igual.
Ou então fazemos o nosso próprio CREME HIDRATANTE para o rosto: Pomos um pouco de água floral apropriada á nossa pele na cova da mão. Deitamos algumas gotas de azeite macerado  dependendo da secura da pele. Misturamos com dois dedos até que o calor da mão e o movimento misturem o azeite e água floral. Aplicamos directamente na cara. Constatamos que a nossa pele absorve bem esta mistura, deixando‐a muito suave. De qualquer forma, a vantagem é poder ter um óleo mais ou menos oleoso e controlar dia a dia esse equilíbrio.
Nos banhos de emersão pôr um pouco de água floral, umas gotas de azeite (ou outro óleo NÃO essencial apropriado), um pouco de sal grosso marinho.

Como AMBIENTADOR/ROUPA
Já os nossos avós usavam alfazema nas gavetas, não só pelo aroma, mas também para ajudar a limpar o ar.
 Usamos a água floral na nossa escolha directamente no ar, num ambientador, na roupa depois de lavada quando a estamos a dobrar, nas gavetas ou no ferro a vapor diluída na água que usamos normalmente. Pode‐se também borrifar directamente a roupa. O aroma é muito discreto, quase imperceptível. 

Wednesday 26 February 2014

É preferível usar...








Ou seja: VALIDADES!


Tal como já repetimos inúmeras vezes, não utilizamos qualquer químico de síntese nos cremes, os ingredientes bases são bastante estáveis e duradouros por si mesmos. Contudo, adicionamos alguns produtos naturais que ajudam a sua conservação.
Extracto de pevide de toranja: Extracto glicerinado de pevides e polpa de toranja tem algumas propriedades conservantes, usamo-lo nos cremes que contêm água.
Vitamina E: usamos uma fórmula biológica como antioxidante do azeite (e outros óleos).

Mesmo sabendo por experiência que há cremes que se mantêm estáveis ao fim de 1 ano, para segurança dos utentes aqui vão algumas validades seguras.
Creme de corpo: 2 meses
Creme de mãos: 3 meses
Bálsamo labial: 6 meses.
Águas Florais (hidrolatos): 6 meses se tiverem a uso (a literatura fala de maior longevidade, mas pareceu-nos que se referiam a frascos fechados com a expressão "safe from the shelf").
As etiquetas passam assim a ter a data de fabricação.
Por estas e outras razões, eliminámos o creme de corpo de 150ml. E temos agora 2 tamanhos 100ml e 60 ml. E o creme de mãos, apenas o tamanho de 30ml.


e estejam atentos a um próximo post com NOVIDADES!

Monday 17 February 2014

Mais uma encomenda pronta a seguir...






apesar da hibernação invernal a que estamos sujeitos.

Os ingredientes bases são sempre os mesmos mas eles próprios sofrem alterações na textura e cheiro. Já toda a gente assistiu a que os bons azeites endurecem com o frio assim como o mel. A própria destilação não apresenta sempre os mesmos resultados, dependendo das condições atmosféricas e época do ano em que a planta é colhida e destilada. E apesar de controlarmos as temperaturas a que fazemos os cremes, a nossa própria temperatura não é estável, nem as temperaturas das casas e das pessoas que os usam. Daí, que por vezes apareça uma aguadilha à superfície ou que o mel se separe do azeite no bálsamo labial.

Quanto ao perfume acontece o mesmo. Apesar de repetirmos a receita, não usamos produtos sintéticos para os estabilizar e acabam por se dar pequenas variações. Usamos óleo essencial, que ainda conseguimos destilar este ano, e essências da Nova Alceste (essa loja maravilhosa na Rua da Conceição, 85.). A partir da primavera, quando as plantas recomeçam a produzir os óleos, estaremos em condições de só usar essas essências, mas mesmo aí teremos cheiros sazonais e pouco intensos já que queremos uma utilização das plantas e dos seus óleos responsável.